Upload da Mente (está preparado?)

E o risco para a humanidade...

Essa semana, enquanto ouvia meus podcasts favoritos sobre I.A, uma entrevista entre Joscha Bach e Matthew Geleta me chamou a atenção. 

A pauta era “os riscos da IA pra humanidade” e, em um dado momento, Matthew questiona Joscha sobre o seguinte…

“É possível fazer upload da mente?”

Mas antes que Joscha pudesse dar a sua resposta, eu pausei o podcast para refletir sobre ela.

Essa news, portanto, são os pensamentos que eu tive sobre o assunto e que eu corri para registrar antes que a minha mente divergente os esquecesse.

A verdade é que fazer o “upload da mente” é algo discutido há bastante tempo.

Como nosso corpo se adapta muito bem às condições da Terra, mas é frágil fora dela, alguns futuristas imaginam que explorar o universo seja possível apenas ao fazer o upload das nossas mentes para corpos sintéticos ou com biotecnologia adaptada ao espaço.

E aqui surgem já surgem alguns paradigmas profundos:

Se eu fizer upload da minha mente agora, quem eu sou? 

Aquele onde minha mente foi ou aquele que ficou?

Você provavelmente vai me dizer que é aquele que ficou, mas a sua versão copiada dirá que é ela.

O teletransporte também enfrenta o mesmo paradigma: se você e uma cópia sua estiver em outro lugar, quem é você?

Lembro que um filme antigo do Arnold Schwarzenegger já trazia questões como essa. 

Neste filme, O Sexto Dia (2000), acontece um incidente onde Adam Gibson, interpretado por Schwarzenegger, é clonado a partir da coleta da saliva dele. O clone surge enquanto o verdadeiro Adam está ausente, após um acidente que ele supostamente não deveria ter sobrevivido.

O objetivo? A empresa de clonagem, ao acreditar que o verdadeiro Adam havia morrido, cria um clone para substituí-lo, mantendo as aparências e evitando questões legais.

Só que adivinha?

Ele sobrevive e encontra este clone em seu lugar.

Bom, não vou dar mais spoiler aqui, recomendo que você assista o filme para saber como essa história termina.

Mas assim como essa, outras obras também retratam a mesma questão, como é o caso da série da Netflix Altered Carbon.

Essa série explora um universo futurista onde a consciência humana pode ser digitalizada e armazenada em implantes cerebrais chamados "stacks". Esses stacks permitem que as pessoas transfiram suas consciências para diferentes corpos, conhecidos como "sleeves".

Seu corpo passa a não importar mais, ele é como uma roupa, onde você pode trocar a hora que quiser, caso tenha recursos financeiros para isso.

O que importar é seu stack que fica atrás do seu pescoço, é ali "onde você está", o cérebro biológico é apenas o hardware de você, o "software".

Tanto em "Altered Carbon" quanto na discussão sobre o filme "O Sexto Dia", a questão central é o que constitui a identidade de uma pessoa.

Se a mente ou consciência pode ser transferida ou clonada, qual versão é a "real"?

Esse é um assunto que me fascina há anos e se você escutou o episodio #002 Quem é você? e #019 Você é dois do meu podcast Vida Lendária, você deve ter percebido que me aprofundo muito nisso…

Em compreender quem eu verdadeiramente sou.

Por isso, acredito que o desejo de fazer upload da mente nada mais é do que um pedido feito por "crianças espirituais”. 

Ou seja, por pessoas que ainda se identificam com seus corpos, suas memórias e/ou seus estados mentais.

Elas não perceberam ainda que isso é uma ilusão, pois você morre constantemente. 

E se você fizesse upload do seu eu de 5 anos atrás para seu corpo atual, você entenderia o que quero dizer.

De fato, seu eu de 2018 é outro, ele não é seu eu atual. Concorda?

Agora, fazer "upload" da sua essência, isso já é feito há milênios.

Nesse sentido, muitos fizeram upload de suas mentes através das histórias que foram contadas de geração para geração enquanto todos se reuniam em volta de fogueiras.

E, como um "vírus", ali as ideias se disseminavam de pessoa para pessoa.

Mais tarde, com o surgimento da escrita, muitos passaram então a transmitir sua essência através dela.

E hoje, como seus antepassados, você também pode fazer o mesmo.

A única coisa que mudou foi a forma de levar sua essência adiante.

Agora você tem a possibilidade de gravar podcasts ou vídeos no YouTube e ter uma versão sua que durará por um longo tempo, ou até mesmo criar clones seus com IA como eu venho fazendo.

Mas de preferência, sua melhor versão, aquela que merece ser preservada, pois vamos ser sinceros, nem tudo o que temos merece ser guardado.

Afinal, se a gente se livrasse de uma parte de nós mesmos, isso seria muito bom, e se você acha que não, só está sendo desonesto ou ignorante com você mesmo.

Quem vive a "morte do ego", um processo onde o senso de identidade individual se dissolve, dando espaço para uma percepção de unidade e conexão com o todo, sabe o que eu estou falando.

Eu já tive “a oportunidade” de experimentar através da ayahuasca e quando você passa por isso percebe quão frágil, e até mesmo prejudicial, é esse apego a nossa identidade, a essa crença de que “eu sou xyz”.

Vou afirmar algo que pode parecer “contraintuitivo” (contra-lógico):

Você não é, você está.
Você não tem nada, você apenas pega emprestado.

Alan Nicolas

Mas para compreender isso de fato, é preciso de uma alta capacidade de abstração, algo que poucas pessoas conseguem ou tem coragem de fazer, pois é um caminho sem volta.

E quando o véu da ilusão cai, é muito difícil colocá-lo de volta, pois uma mente que se expande, jamais volta ao seu estado anterior.

Se quiser entender isso a fundo, ou pelo menos dar o primeiro passo nessa direção, você precisa começar compreendendo uma coisa:

Você não é físico, você é uma representação semântica de um sistema renderizado ou criado por "Deus"... Um "supercomputador" criando uma simulação, entre trilhões de trilhões de trilhões de variações, o "famoso" multiverso. 

Só usei trilhões três vezes  como forma de enfatizar a grandeza, provavelmente seria um número que eu passaria a minha vida toda contando e mesmo assim não chegaria nem perto do fim dele.

E, apesar de parecer maluquice essa minha afirmação, todos estudos apontam para que a possibilidade disso estar acontecendo é 99.99999999999999%. 

Um dos cientistas que eu mais acompanho que fala sobre isso é o Donal Hoffman, já li o livro dele e escutei dezenas de podcasts com ele, como os abaixo:

E não só ele, muitos outros grandes gênios como Christopher Michael Langan, com QI de 210, chegou a uma conclusão muito parecida em sua fazenda enquanto cuida de cavalos e estuda sobre o universo. Ele criou "The Cognitive-Theoretical Model of the Universe", uma teoria filosófica e científica que propõe um modelo do universo como uma entidade autocontida, autoconsciente e auto-simulativa. 

Nick Bostrom é outro que ganhou grande notoriedade com a "Hipótese da Simulação", apresentada em seu artigo de 2003 intitulado "Are You Living in a Computer Simulation?". Esta teoria filosófica e especulativa fala sobre a possibilidade de que nossa realidade possa ser uma simulação avançada, gerada por uma forma de inteligência muito mais desenvolvida. 

E eu poderia listar dezenas de grandes mentes como o próprio Elon Musk que diz que vivemos em uma simulação.

Mas se isso afeta sua crença religiosa, não se preocupe, porque isso não impede do seu Deus existir.

Deus pode ser esse "supercomputador" que, nesse caso, não seria um "supercomputador", mas um ser espiritual onde tudo que acontece, acontece em sua mente.

Logo, somos um sonho dentro da cabeça dessa entidade. 

Várias religiões, filosofias e tradições convergem nessa direção.

Hermes Trismegisto através da lei hermética que diz que tudo é mente.

No Taoísmo, o conceito de Tao (o Caminho) pode ser interpretado como a força fundamental ou a realidade última que permeia e sustenta todo o universo. Em algumas interpretações, o mundo material é visto como uma manifestação ou expressão do Tao.

No sufismo, que é a dimensão mística do Islã, há uma ênfase na unidade de todas as coisas, onde o universo e tudo nele é visto como uma manifestação do divino. Alguns poetas e filósofos sufis, como Rumi, falaram sobre o universo como um sonho ou ilusão.

Na tradição mística judaica da Cabala, há conceitos como Ein Sof (o Infinito) e as sefirot (emanações de Deus), que sugerem que o universo físico é uma manifestação ou reflexo do divino, uma espécie de projeção ou sonho emanado de Deus.

No hinduísmo, particularmente na filosofia do Advaita Vedanta, há a noção de "Maya", que é frequentemente interpretada como a ilusão cósmica. O universo é visto como uma manifestação do Brahman (a realidade última), e a vida material é uma espécie de sonho ou ilusão, obscurecendo a verdadeira natureza da realidade.

Algumas escolas do misticismo cristão, como aquelas influenciadas pelas obras de mestres como Eckhart, podem interpretar Deus como a fonte última de toda a realidade, onde o mundo material é uma expressão ou manifestação do Divino, algo como um "sonho de Deus".

A filosofia de Platão, com a ideia das Formas e da realidade como uma sombra da verdadeira essência das coisas, tem paralelos com a ideia de um universo que é uma espécie de simulação ou manifestação de uma realidade mais fundamental.

Ou seja, você não precisa acreditar em mim, existem vestígios disso desde os tempos antigos por todo canto do mundo e agora quase todos cientistas estão tornando o que era mito ou especulação em ciência comprovando tudo, estamos vivendo um momento da história da humanidade onde estamos integrando ciência e espiritualidade.

Eu sei que isso pode ser bastante desafiador de ler.

Mas eu só te peço mais 5 minutos de leitura, mesmo se isso tiver desafiando algumas crenças e sua visão de mundo.

Pode ser?

Depois você pode até me xingar se quiser, mas se você puder dar uma chance para essa ideia, ou seja, você fazer de conta que acredita nisso, vai ajudar avançarmos.

Vamos continuar…

Bom, vamos considerar hipoteticamente que você está na mente de Deus.

Aliás, não só você. Mas tudo ao seu redor, o local que você está sentado ou olhando, o dispositivo que você está segurando para ler ou escutar o que estou transmitindo para você aqui.

Tudo isso está sendo renderizado nesse exato momento por esse "supercomputador" que podemos chamar de Deus, ou se preferir, podemos romantizar, fica mais leve de aceitar ou entender…

Tudo isso que está acontecendo é um sonho dentro da mente de Deus.

Você é um sonho de Deus, fica mais bonito né? :)

Se ficar mais fácil de aceitar, podemos seguir com isso.

Mas Alan, isso significa que eu sou Deus?

Isso significaria que você é uma projeção da mente de Deus. De certa forma, poderíamos considerar o que muitos chamam de uma centelha divina, uma fragmentação, uma célula de Deus, um fractal.

E talvez você se pergunte agora, Alan, mas porque Deus está fazendo isso? Porque está sonhando com a gente?

Vou te responder com uma pergunta:

Por que você sonha?

Você pode responder de várias formas:

- Eu sonho como uma forma de processar e consolidar as informações e experiências do meu dia. Durante o sono REM, o cérebro reorganiza e integra o que aprendi e vivenciei, formando memórias de longo prazo.

- O sonho é um reflexo do meu inconsciente, um palco onde dramas não resolvidos, desejos reprimidos e memórias esquecidas vêm à tona. Aqui, Freud tinha algo a dizer: os sonhos são a estrada real para o inconsciente, uma janela para desejos e conflitos internos não expressos durante o estado de vigília.

- É uma função cerebral, semelhante a um computador fazendo desfragmentação. Enquanto durmo, meu cérebro organiza e 'limpa' as informações, descartando o desnecessário e mantendo o essencial, otimizando minha capacidade cognitiva para o dia seguinte.

- Meus sonhos muitas vezes refletem minhas preocupações, desejos, e ansiedades, atuando como uma válvula de escape emocional, onde posso vivenciar e processar sentimentos de maneira segura e controlada.

Não importa o que você me responda, não importa mesmo se você tiver doutorado, for um neurocientista ou qualquer outro "ista". 

Nós simplesmente não sabemos ainda, não pelo menos com certeza.

E é claro que eu também não sei.

Talvez por Deus ser TUDO, ele precisa experimentar no micro, ele precisa se fazer humano, se fazer um animal, uma estrela, uma bactéria, para poder experienciar todas formas de vida e sentimentos inimagináveis e assim poder se conhecer melhor.

Talvez Deus, nem saiba que é Deus, e esse sonho seja apenas uma forma de aprendizado onde todos nós somos uma versão dele em expansão de consciência para retornar a unidade.

Em termos espirituais:

Talvez somos uma parte fragmentada de uma consciência muito maior que ainda está se conhecendo. - Alan Nicolas

Em termos nerds:

Estamos em uma simulação que está acontecendo em um supercomputador o qual pode até mesmo ser um humano (quem sabe uma criança de 8 anos?) jogando uma versão avançada de The Sims onde ela pode rodar uma simulação para ver o que aconteceria se colocássemos um véio gaga como presidente da maior nação do mundo ou um alienígena reptiliano na liderança da maior rede social do mundo. - Alan Nicolas

Bom, você entendeu meu ponto.

Não que eu ache que o Mark Zuckerberg seja um alienígena reptiliano, mas que ele parece, parece.

Sei que isso pode parecer muito, mas nossa viagem imaginária está só começando.

Você pode pensar, mas Alan, essa criança de 8 anos, como ela vai estar jogando esse jogo se já se passou no mínimo milhares de anos na terra?

Se você já jogou, sabe que o tempo no jogo pode passar diferente… Pode ser acelerado, pode ser reduzido, a velocidade que uma simulação pode ter, depende diretamente da capacidade de processamento dela.

Um supercomputador quântico, ou com alguma tecnologia que nem conseguimos imaginar, poderia processar bilhões de anos do universo visível em apenas milissegundos.

Mas nem precisamos disso, sua versão poderia ter sido simplesmente renderizada neste exato momento ou uma hora atrás e você nem saberia.

Como?

Simples, você tem uma percepção de tempo, principalmente se baseando nas suas memórias, na contextualização do seu ambiente por fotos que reforçam essa memória.

Portanto, aquela mancha no banco do carro, aquele arranhão na tela do seu celular porque você deixou cair da mesa na semana passada, tudo isso seria embutido instantaneamente em sua mente nessa simulação e você nem teria como saber.

Mas vamos aceitar que nossa linha temporal é real, você realmente nasceu e tem a idade que tem, esse tempo passou.

A nossa percepção de tempo humana é extremamente limitada. Nós dividimos o tempo em segundos, horas, dias, semanas, meses e anos, mas essa é apenas uma forma de organizar e medir o tempo, não a realidade do tempo em si.

Um dia é o tempo que a Terra leva para girar uma vez ao redor de si mesma. 

Segundos e horas são formas de dividir esse dia. 

Antigamente, as pessoas usavam a posição do sol e das estrelas para contar o tempo. 

Com o avanço da tecnologia, passamos a usar relógios muito precisos, como os que funcionam com o átomo de césio. 

Mas é importante lembrar: essa precisão nos relógios não altera a natureza do tempo. 

O que fazemos é criar representações do tempo para entender e organizar nossas vidas. 

No entanto, em condições extremas, como próximo a um buraco negro, a própria passagem do tempo pode ser diferente devido a efeitos como a dilatação gravitacional do tempo.

Portanto, se eu viajasse como no filme 'Interstellar' para um planeta próximo a um buraco negro, a força gravitacional lá poderia fazer com que poucas horas para mim parecessem décadas para alguém na Terra. 

E isso é uma realidade da física, não apenas ficção.

Isso pode parecer simples para alguns, mas é uma ideia bastante complexa e desafiadora para a maioria, inclusive para mim.

Continuando…

Agora que você entende que o tempo como percebemos não passa disso, de uma percepção, esses bilhões de anos do nosso universo visível poderiam ser apenas milissegundos em um supercomputador, ou se preferir, dentro da mente de Deus.

Mas o que essa viagem toda tem a ver com fazer upload da minha mente?

Talvez você já tenha se perguntado no caminho da sua leitura até aqui.

Bom, se você realmente compreender o que eu falei aqui, vai perceber que fazer upload da sua mente para poder continuar vivo, não é necessariamente algo novo, nem mesmo algo necessário.

Por isso, lá no começo eu disse que esse desejo de fazer upload da própria mente é coisa de "crianças espirituais".

Você só é capaz de deixar de existir caso se identifique com aquilo que vai e vem.

Enquanto o mar acreditar que é a onda, ele ficará apavorado cada vez que a onda quebra e se desfaz na praia.

E algumas pessoas nem a onda acreditam que são, algumas se identificam como uma gota isolada em um oceano.

Porém, quando você deixa de se identificar com a gota ou com a onda e percebe que é o oceano, então nem faz sentido querer um upload da sua mente para continuar vivo.

Claro que nós não queremos que uma boa onda acabe. Um surfista quer que ela dure o máximo de tempo possível e tenha muita emoção, mas ele sabe que logo ela vai acabar é isso o que faz ela ser tão boa.

Eu mesmo já tentei surfar e quase me afoguei duas vezes no processo (qualquer dia eu conto a história de como fui arrastado para dentro do mar e fiquei uns 2 ou 3 km longe da praia imaginando que eu morreria de sede ou insolação).

Mas de ser um surfista muito ruim, consegui pegar uma ou duas ondas legais.

E a verdade é que você aproveita o momento, pois sabe que ele vai acabar.

O Universo, Deus ou esse "supercomputador" criou a vida de uma forma que na vastidão do tempo conhecido e mensurado por nós, humanos, é muito pouco. Chega a ser efêmero.

Tanto que para chegar em um planeta possivelmente habitável como Proxima Centauri b com nossas tecnologias atuais, levaríamos mais de 73.000 anos, um tempo que para nós humanos é muito, mas para um outro ser que vive em média 1 milhão de anos seria como uma viagem de carro para a praia.

Pense… Um ser humano vive hoje em média 80 anos, um cachorro vive em média 12 anos, mas pode já procriar com 1 ano ou menos.

Vamos fazer de conta que uma geração de cachorros vem nova a cada 5 anos na família.

Na vigéssima geração, onde apenas as últimas 3 gerações ainda estariam vivas, você o humano, teria acompanhado todo esse tempo eles.

Haveriam histórias entre as gerações de cachorros sobre como você jogava a bola de uma maneira incrível para Max VII, ou como fazia um carinho maravilhoso na barriga da Laika III.

Você seria um ser que passou por 20 gerações caninas.

Agora imagine o que você é para uma mosca, imagine se as moscas pudessem pensar e perceber o tempo como nós?

Uma mosca vive por cerca de 28 dias, se você fosse considerado um Deus por um grupo de moscas, ao chegar aos 80 anos você teria passado por aproximadamente 1.043 gerações delas. 

Você seria claramente um Deus para elas, um ser imortal.

Se contarmos 1043 gerações humanas atrás, considerando uma média de 25 anos por geração, estaríamos no ano de aproximadamente 24.052 a.C., ou seja, há 26.075 anos atrás. Isso nos levaria muito além do período conhecido da história humana registrada, situando-nos na pré-história, numa época em que os humanos modernos (Homo sapiens) já existiam, mas viviam de maneira muito diferente da atual.

Agora imagina ter acesso a um ser desse que tem 26mil anos, ele claramente seria visto como um Deus para nós humanos.

O que impede de ter seres na nossa galáxia que também podem viver o que seria equivalente a 20 ou 10.000 gerações humanas?

Talvez bilhões ou trilhões de anos para nós pareçam algo grotescamente gigante e interminável, mas para Deus ou um supercomputador, seja equivalente a uma piscada de olhos para nós.

E por que eu escrevi tudo isso?

Para te mostrar sua insignificância, sua pequenez, mas também sua ilusão com tudo isso.

Pois se você sentiu pequeno, foi porque ainda não entendeu.

Ainda acha que é a gota ou a onda.

E enquanto pensar dessa forma, ainda terá uma preocupação desproporcional com os eventos que estão acontecendo no mundo.

Aquecimento global, I.A, guerras, tudo isso é muito pequeno.

E como você está pequeno, é claro que isso vai te afetar.

Mas só o fato de você compreender que você está, mas não é, já é o bastante para conseguir navegar nessa vida de forma mais divertida.

Você é uma onda que está na direção da praia onde irá se quebrar, se desfazer e retornar para onde nunca verdadeiramente saiu: o mar.

Por isso, clonar sua onda mesmo que de forma virtual, é apenas mais uma ilusão.

Você não será aquela onda, por mais que aquela onda possa pensar que é você.

Antes de mais nada, em essência você é o oceano.

Eu sei que você pode estar achando estranho talvez uma News sobre: como Sobreviver & Prosperar em uma era de IA ter se aprofundado tanto em espiritualidade e filosofia…

Mas prosperar na era da I.A exige uma nova compreensão sobre a realidade, uma compreensão ainda muito limitada, mas um pouco mais livre das convenções e crenças que nos limitam a nos identificarmos como apenas uma onda.

Não seja uma onda 'gorda' (que não tem graça nenhuma), nem uma 'fechadeira' (que quebra rápido e dá um caldo nos surfistas), seja uma 'tubular' (termo surfista para uma onda boa e desafiadora), uma onda carregada de emoções e sentimentos bons, para quando voltar para o mar, para quando voltar para casa do Pai, volte com uma energia mais elevada do que quando saiu.

Na era onde as máquinas farão tudo por nós, precisamos fazer o que cabe a nós fazer, mas há muito tempo esquecemos:

Sermos humanos.

Até a próxima News Lendária.

Alan Nicolas ♾️
Apenas Pense

PS: E o risco para a humanidade?

A humanidade em si também é uma onda, uma onda que vai passar, mas que talvez nos permita deixar um legado duradouro através da I.A.

E se tudo o que acontece aqui está dentro da mente de Deus, então essa seria outra manifestação de Deus.

Se você acredita que você é uma alma capaz de reencarnar, quem sabe da próxima vez você possa vir em uma biotecnologia diferente ou daqui 50.000 anos em outra galáxia, graças aos avanços que nós humanos vamos fazer agora?

Se formos responsáveis e éticos o bastante para construir uma tecnologia que nos possibilite perdurar por mais tempo, isso será possível. Torço para que não apenas isso aconteça, mas também traga muitos benefícios para nós, a ONDA do momento.

Entrevistas / Podcasts:

Entrevista entre Joscha Bach e Matthew Geleta:

Sobre Chris Langan (QI 210) e sua teoria — CTMU

Séries e Filmes:

Altered Carbon

O Sexto Dia (2000)

Fundação

Série que não indico: Upload da Amazon, ela tinha tudo para dar certo, mas é uma série muito ruim. hehe

Até a próxima news com mais indicações. :)